domingo, 20 de novembro de 2011

Holywood alternativo


Duas sextas-feiras atrás, resolvi que não iria mais passar as minha noites deste dia da semana parado no trânsito enquanto tentava voltar para a minha casa. Trabalho a uns 25 quilômetros de casa. Não seria tão longe, caso eu não tivesse que atravessar a cidade de São Paulo pelo meio, cortando de norte a sul por uma das vias mais congestionadas do país, quiçá do mundo.

Para não perder duas ou três horas no trânsito, lesionando meu joelho com o movimento de freia e acelera constante, além da minha lombar, decidi que iria assistir algo no cinema mais próximo.

Era dia 11-11-11 e eu estava determinado a escolher o filme homônimo, entretanto, resolvi trocar a sala que já estava com a lotação de 113 adolescentes por outra que tinha apenas 13: a do filme Reféns, com o meu querido e admirado Nicholas Cage e a belíssima e ainda gostosíssima, Nicole Kidman. O Zagallo teria aprovado a minha escolha.

Reféns é um filme aparentemente dispensável, onde um casal rico tem sua casa invadida por bandidos que querem roubá-los e acabam os mantendo reféns, fazendo torturas físicas e psicológicas, essas coisas. O mérito do filme é a narrativa surpreendente que supera aquela previsibilidade Holywoodiana, levando ao espectador, elementos inesperados.

Uma semana depois ao 11-11-11, fui ao mesmo cinema e assisti ao filme homônimo, que já não era mais estreia e não tinha mais tantas sessões como no dia do lançamento. Com a sala praticamente vazia, desta vez pude apreciar uma obra extremamente dispensável e oportunista que utilizou desta data curiosa para lançar um filme-meia boca, que apenas dá uns sustinhos com seu terror e suspense barato. A estética e trilha sonora do filme até é interessante, mas não dá pra assistir um filme que tenta manter o suspense de uma coisa que entrega logo no começo. Até os adolescentes presentes no cinema devem ter descoberto o "segredo" do filme logo no começo, mas que é oficialmente revelado apenas no final.

Bom, são apenas mais dois lixos de Holywood(o segundo principalmente) sem muita pretensão cinematográfica. Daqueles que os cinemas são obrigados a levar no pacote de compra do Blockbuster e que tiram o espaço de filmes nacionais nas salas de exibição.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sustento


Estive na segunda feira no SWU, um evento musical que se autodenomina sustentável. O problema é que estou até agora procurando onde é que está a tal sustentabilidade. O evento é caro. O evento causa danos imensos ao entorno onde é realizado e principalmente sobre o terreno no qual acontece. Me contavam que na edição do ano passado havia separação de lixo e o caralho a quatro. Bom, nesta edição de 2011 não tinha nada disso. Mal tinha lixeiras. Estou até agora procurando a tal da sustentabilidade. O estacionamento era um barro só. Centena de carros ficaram atolados, após pagar a singela quantia de R$50 ou R$100. Os lanches vinham com embalagens plásticas e de papelão, as vezes as duas juntas. As bebidas eram servidas da garrafa ou lata para copos de plástico, gerando mais e mais resíduos. E nada de lixeiras, nada de reciclagem. Mas tinha um monte de stand de empresas que se dizem sustentáveis fazendo sua propagandinha. E tinha dois palcos principais, pra agilizar o tempo de troca entre uma banda e outra. Será que isso compensa? Evento pra inglês ver.

Mas nem tudo estava perdido. A seleção de bandas foi maravilhosa, pelo menos neste dia. Assisti várias bandas pela primeira vez na minha vida, como os Raimundos, curti o experimentalismo doido do Primus, o peso do Megadeth, a sonzera do Stone Temple Pilots, a magia do Alice in Chains e a loucura do Faith no More. Valeu a pena, mesmo estando embaixo de muita chuva. Muito bom o evento no que diz respeito à música. Mas estou até agora tentando achar a tal da sustentabilidade.