sábado, 29 de agosto de 2009

Institucionalização da extorsão

A extorsão está sendo institucionalizada. Mas o que é extorsão?

É a prática de se conseguir dinheiro de alguém mediante a alguma ameaça implícita no discurso ou contexto, onde, caso a pessoa não ceda, ela pode sofrer violência ou constrangimento.

Isto já é algo tão frequente que as pessoas acham normal. E hoje não estou me referindo aos flanelinhas, que já invadiram todo o país. O post não é referente aos malditos guardadores de carros, mas sim aos estabelecimentos chamados restaurantes.

A primeira cena do filme Cães de Aluguel de Quentin Tarantino mostra os personagens em uma lanchonete discutindo a questão da gorjeta numa das mais belas filosofias de botequim já vistas.

Não é a primeira vez que acontece comigo. Fui a um restaurante, comi uma comida cara pra caralho, paguei o valor e o funcionário do estabelecimento disse que faltava X. Eu disse que estava certo. Ele insistiu que faltava X referente ao serviço. Perguntei se o serviço era obrigatório. Ele disse que não. Então eu disse que não pagaria o serviço. Ele perguntou o porquê e questionou se eu tinha sido mal atendido. Respondi que não (até o momento) e completei dizendo que eu não pagava serviço porque a comida já era suficientemente cara.

Mas por que raios tenho que pagar 10% nos restaurantes? O funcionário já não recebe salário? Eu nunca recebi 10% a mais na remuneração de nenhum trabalho meu. Pelo contrário, sempre tive um monte de descontos no valor. Então por que o funcionário do restaurante tem que receber 10%? Ele merece comissão? Vendedores de lojas recebem 5 ou 10% (dependo do patrão), mas esse valor já está incluso no preço da mercadoria. Não pago 10% pelo serviço do vendedor. Então por que com comida não pode ser igual?

Resumo da ópera: funcionários de restaurantes parecem ser instruídos para constranger os clientes a pagar algo que não é obrigatório e para mim isto consiste em extorsão. Só espero que esses estabelecimentos percebam que, pior do que ser um consumidor de seu produto que não paga pelo serviço, é eu deixar de ser seu cliente e ainda levar comigo uma péssima imagem de sua marca.

domingo, 23 de agosto de 2009

Formule 1

Não, não estou me referindo àquela rede de hotéis, mas sim à categoria mais elevada do automobilismo, onde correm os tops dos tops. Então seria Rubinho Barrichello um top dos tops? O pior é que é. Por mais que zoem o cara, não é qualquer um que corre na Fórmula 1. E aqueles retardados como eu, que acordam no domingo de manhã para assistir a corrida puderam ver o brasileiro vencer nesta manhã, contabilizando sua décima vitória na F1 e que por sinal é a centésima vitória de um brasileiro na categoria. Somando as vitórias de Barrichelo, Senna, Piquet, Pace, Massa e Fittipaldi, são 100 vezes que tocou a musiquinha tãn tãn tãn.... se bem que não sei desde quando ela é tocada. Não sei se o Senna foi o "criador" dela, mas enfim... achei que o Schumacher ia voltar, mas não rolou. Mas o Rubinho fez bonito hoje.



P.S. O desenho não é meu. Achei na internet e é de um tal Daniel, como a própria assinatura diz...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Estúpidos Poderes

Ontem fiz uma visita inútil ao Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Como funcionário público estadual, inventaram essa excursão inútil como integração ou sei lá o que entre os funcionários. Nos deixaram esperando o ônibus na chuva, pra começar. Depois, nos fizeram entrar no Palácio do Careca como se fôssemos criminosos... passando por detector de metal e tudo... como se quiséssemos estar ali.

Já que estava lá fui apreciar as obras de arte. Aí apareceu uma tiazinha falando sobre o acervo do Palácio e que se tivéssemos alguma dúvida, ainda que boba, deveríamos perguntar pra ela. Observei vários quadros tenebrosos dos ex-governadores. Parecia filme de terror. Tinha desde o Maluf mais jovem até o Mario Covas já retratado a óleo com câncer. Sim, o cabelo no quadro era o mesmo da época em que ele estava fazendo químio... bizarro... macabro... de mau gosto. Por incrível que pareça, os quadros menos macabros eram o do Quércia e o do Fleury. Além dos quadros desses figurões, tinham também belas pinturas de grandes mestres como Di Cavalcanti... até que reparei um erro... Na obra Semeadura de Clóvis Graciano, a identificação dizia "óleo sobre madeira" e era óleo sobre tela. Aí lembrei da tiazinha que trabalhava lá no palácio e fui avisá-la sobre o erro:

- Então... aquele quadro ali... tá escrito que é óleo sobre madeira... mas não é madeira.
- É madeira - disse a tiazinha com convicção.
- Olha... eu acho que é tela... não é madeira - rebati cheio de dedos para não ofendê-la.
- É madeira - disse com firmeza.


Convencido que 2+2=5, calei a boca e me recolhi à humilde posição de empregado do gov.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

10 segundos de fama

Tempos atrás eu comentei aqui no blog sobre aquele comercial do cachorro, da campanha sobre doação de órgãos. Quem não se lembra, pode clicar AQUI e acessar o link desse post. Eu dizia que aquele cachorro dava show de interpretação. Descobri que o diretor daquele comercial foi o mesmo que dirigiu a vinheta da Sadia que eu participei. Alex Gabassi. Gente boa o cara. Ah, a propaganda provavelmente vai rolar amanhã após a novela Caras e Bocas e antes do Jornal Nacional. Mas para quem não aguenta esperar, aí vai ela, afinal, já colocaram no Youtube e tudo. Não dou um show de interpretação como o cachorrinho, mas pelo menos dá pra se divertir.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Frido Kahlo

É normal dizer narcisista aquele que faz auto-retratos. Mas injusto. Aprendemos com nosso próprio reflexo no espelho. O rosto que conhecemos melhor, é o nosso próprio rosto. O corpo que conhecemos melhor, é o nosso próprio corpo. Se o artista se retrata bonitinho, não quer dizer que ele é narcisista ou egocêntrico. Ele apenas está olhando para dentro de si, da mesma forma que todo mundo faz quando se olha para o espelho, e como toda e qualquer pessoa, tem dias que nos vemos bonitos e dias que nos vemos feios. Frida Kahlo era narcisista? Eu acho que não. Pelo contrário. Ela até pintava mais bigode em seus auto-retratos do que realmente havia.


Os auto-retratos aqui retratados são alguns estudos em tinta acrílica. Auto-retratos meus, não da Frida... e nem de Jesus.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Faça seu próprio presente...


Domingo foi Dia dos Pais. Tem gente que não dá presente e justifica dizendo que é uma data comercial inventada para aumentar as vendas e blá blá blá. Bullshit. Conversa de pão-duro ou adolescente revoltado. O fato é que é possível se presentear alguém sem gastar. Sem estimular o comércio, o demônio capitalista, o sistema cruel e opressor. Enfim, dei um retrato em tinta acrílica para o meu pai. Se bem que no final das contas acabei gastando com tela, tintas, pincéis... é, o capital não para de girar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Good Enough

A minha infância foi marcada por muitos desenhos, personagens, músicas, brinquedos e filmes. Indiana Jones era sinônimo de aventura. Quando eu pensava em algum filme de aventura, pra ser bom, tinha que ter cavernas, penhascos, o herói ficando pendurado. Essas coisas. E na minha concepção, a versão infantil de Indiana Jones era os Goonies. Crianças aventureiras em busca de um tesouro. Qual criança nunca quis encontrar um tesouro. Ainda que não conseguisse, era gostoso procurá-lo. Eu brincava de Caverna do Dragão, de Comandos em Ação, mas também queria ter sido o personagem asmático interpretado por Sean Austin, que depois virou o Sam de Senhor dos Anéis. O protagonista, além de motivar os amigos a irem atrás do tesouro de Willy Caolho, consegue sem querer um beijo da menina bonita. E Cindy Lauper embalava a aventura com um de seus hits anos 80. São muitas lembranças daquela época. Uma época muito gostosa. E nesta semana eu me lembrei de um outro personagem desse filme que marcou a minha infância. O grandalhão que dizia: "Slot quer chocolate."